Produção chinesa de minério de ferro em queda acentuada

A maioria das minas de minério de ferro da China são conhecidas por seu minério de baixa qualidade , altos custos e métodos obsoletos e pouco eficientes.

Parece paradoxal que os chineses tenham uma mineração tão atrasada.

É o fruto de centenas de pequenos empreendimentos, verdadeiros garimpos, controlados por famílias que só sobrevivem quando os preços do minério de ferro estão nas alturas.

Quando as grandes mineradoras forçaram os preços para baixo os chineses, com custos médios acima de US$100/t, foram os primeiros a sofrer as consequências.

A queda na produção foi assustadora. A China, que era a maior produtora de minério de ferro à frente da Austrália e Brasil, já está no terceiro lugar.

Em 2014 a produção chinesa caiu para 311 milhões de toneladas e em 2015 espera-se uma produção menor ainda, próxima de 271Mt. Até onde isso vai chegar ninguém sabe, mas espera-se que a produção continue caindo nos próximos anos.

Para evitar maiores prejuízos o Governo Chinês está reduzindo os impostos pela metade, mas o impacto desta estratégia será relativamente pequeno, pois um grande número de empreendimentos mineiros não tem qualidade para sobreviver um período de baixa.

Somente em 2015 espera-se que quase 200 milhões de toneladas de minério de ferro, a maioria da China, deixem de ser produzidas.

Apesar deste cenário negativo, com o crescimento da economia da Índia, o mercado do minério de ferro continuará aquecido por várias décadas.

Os big players do futuro serão aquelas mineradoras que irão produzir um produto com a maior qualidade possível e com custos baixíssimos.

Vai ser a época em que as grandes mineradoras irão agregar valor ao seu produto ultrapassando a barreira da mineração para se tornarem complexos grupos minero-metalúrgicos.



Imagem: Minério hematítico de alto teor – Brasil

Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

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